Julyete Louly
Hiperativa Comunicação
Criado em 1982, por um grupo de 24 servidores do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA), com o nome de Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo do Pessoal do Ministério da Agricultura (Coominagri), o Sicoob Executivo completa, nesta terça (20/12), 34 anos de atuação. O objetivo desses empreendedores era construir uma instituição que promovesse a educação cooperativista e financeira, onde fosse possível tomar empréstimos e ao mesmo tempo dividir resultados. E eles conseguiram: em 2007, a instituição passou a ser Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Poder Executivo Federal em Brasília Ltda., saindo dos limites do MAPA para atender outras categorias. Em 2014, ao incorporar a antiga Credi DF, passou a atender, também, servidores das secretarias de Saúde e Educação do Distrito Federal, adotando o nome de Cooperativa de Economia e Crédito Mútuo dos Servidores do Poder Executivo Federal, dos Servidores da Secretaria de Saúde e dos Trabalhadores em Ensino do Distrito Federal Ltda. Hoje, a cooperativa atende mais de 10 mil associados entre pessoas físicas e jurídicas em todo o Distrito Federal.
Hoje, a instituição tem um patrimônio líquido de R$ 20,7 milhões e uma carteira de crédito estimada em R$ 49,6 milhões. Os ativos alcançam mais de R$ 68 milhões. “Nós fundamos a cooperativa com cerca de 20 pessoas. Vê-la nesse patamar que atingiu é uma satisfação. Ela significa para mim uma das gratas realizações que tenho na minha passagem como servidor federal, a tenho como parte de mim. E hoje temos que parabenizar todo o corpo associado pelas conquistas”, diz o aposentado José Conceição Ferreira Sobrinho, sócio-fundador do Sicoob Executivo.
O casal de aposentados Venildes Vasconcellos Bezerra e Delton Falcão Bezerra, ambos sócios-fundadores, também relembram as conquistas da cooperativa. “Começamos do nada, ninguém dava nada por ela e conseguimos erguê-la e segurá-la. Hoje, temos uma cooperativa muito séria e que já contribuiu para a vida financeira de muita gente. Faz parte da nossa história e tenho muita honra de pertencer a ela”, afirma Venildes. “Sinto muita satisfação todas as vezes que vou à cooperativa e lembro que lutamos demais para deixá-la da maneira que está agora. No início, tínhamos que ir associando um a um numa dificuldade e hoje ela está cheia de cooperados. Toda a minha vida financeira e da minha esposa é gerida pelo Sicoob Executivo. Sou muito grato a tudo e vejo que nosso esforço valeu a pena”, diz Delton.
O presidente do Conselho de Administração, Luiz Lesse Moura Santos, relembra a contribuição da cooperativa para o sistema cooperativista do DF. “Fomos protagonistas do processo inicial de organização do nosso sistema, como o Sicoob Planalto Central, criação do Bancoob e do Sicoob Confederação. São 34 anos voltados ao cooperativismo de forma geral. Os quatro primeiros mandatos do Sicoob Planalto Central, por exemplo, foram de ex-presidentes do Sicoob Executivo”, conta. “Logo que assumi a Coominagri, trabalhávamos até tarde da noite para fazer o manual que ainda não existia, por exemplo. O resultado dos nossos esforços foi uma revolução na cooperativa e o crescimento dela na época, chegando a ser a segunda cooperativa com mais ativos no DF. O Sicoob Executivo tem uma história muito importante no cooperativismo de crédito da região e do país”, afirma Marconi Lopes de Albuquerque, ex-presidente do Sicoob Executivo.
Desafios
Nesses 34 anos de cooperativismo de crédito, o Sicoob Executivo evoluiu muito e, claro, acompanha as mudanças na sociedade, como a criação e modernização de legislação específica para as cooperativas por parte do Banco Central do Brasil. Em 2016, com auditoria do Bacen, algumas alterações nos processos de concessão de crédito e de controles internos foram feitas. Com o atual quadro financeiro do país e a queda na procura por produtos e serviços financeiros, a cooperativa teve que se reinventar. Mudou a forma de governança, do modelo monístico, no qual o presidente do Conselho de Administração (CA) também preside a Diretoria Executiva (Direx), para o dual puro, onde o CA e a Direx são segregados, não podendo nenhum membro da Direx pertencer ao CA. Para isso, foram contratados dois novos diretores: Luiz Fernando Netto Lara, ex-gerente da UA-MAPA, para assumir o cargo de Diretor Operacional, e Carlos Flesch, que atuará na diretoria Administrativa e Financeira.
“Mudamos para buscar mais profissionalização e nos adequarmos à nova realidade do país, se não mudarmos, corremos o risco de sumir, como aconteceu com mais de três mil cooperativas, já que hoje restam quase 1100 de 4 mil que existiam no Brasil, há cerca de 20 anos. Ninguém chega a 34 anos fazendo a mesma coisa sempre, temos que estar sempre nos reinventando e reestruturando a cooperativa”, avalia o presidente do CA.
Em 2017, a cooperativa inaugurará uma nova Unidade de Atendimento na avenida W3 Sul para facilitar o acesso e ampliar as possibilidades de negócio. Outra meta é expandir o atendimento a pessoas jurídicas, tanto no número de associados quanto de linhas de financiamentos, buscar produtos diferenciados, entendendo as necessidades do público que é atendido hoje e aos jovens que querem fazer tudo por intermédio da tecnologia. “O carro-chefe mesmo vai ser a fidelização. O associado tem que entender que a instituição é dele e ele precisa participar, então, o nosso grande desafio do próximo ano será aumentar a participação dele na vida da cooperativa, porque só com isso tornamos a instituição mais rentável e atrativa, agregando mais benefícios, serviços, produtos e valores para todos os cooperados”, afirma Lesse.
Alguns momentos marcantes da nossa história
Edição: Elizângela Araújo