Graças à reforma na Previdência Social, preservar o poder de compra na hora de se aposentar tornou-se uma tarefa mais difícil. Mas não adianta culpar o governo: o desequilíbrio da Previdência Social é consequência natural do amadurecimento de nossa sociedade. Com a diminuição da taxa de fecundidade e o aumento da longevidade da população, a quantidade de pessoas trabalhando (ou seja, contribuindo para a previdência) tende a se igualar à de aposentados (que se beneficiam dessas contribuições). Como observamos em países que já passaram por essa transformação, não basta reformar a previdência: é preciso que cada cidadão interessado em manter seu poder de compra após a aposentadoria passe a complementá-la com fundos próprios de poupança para esse fim.
O planejamento previdenciário começa com a compreensão da própria estrutura salarial atual. A remuneração do servidor público é formada por vencimento básico + gratificações, e essas gratificações não costumam ser levadas em consideração na composição da remuneração do aposentado. Como cada carreira é tratada de forma diferente, informe-se no departamento de pessoal de seu órgão sobre regras internas, leis relevantes e processos trabalhistas eventualmente em andamento.
Para garantir uma aposentadoria tranquila, a opção mais popular são os planos de previdência complementar. Procure boas administradoras, que cobrem baixas taxas de administração e de carregamento. Já quem preferir montar a própria carteira de investimentos a fim de buscar maior rentabilidade e menores custos, há boas oportunidades tanto na renda fixa (fique de olho nos títulos públicos atrelados à inflação com vencimentos longos) quanto na variável (o investimento direto em ações ou via ETFs costumam ser ótimas formas de multiplicar capital ao longo de décadas).
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